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      Durante muito tempo a teologia esteve confinada nos círculos acadêmicos. Sua linguagem técnica e seu rigor científico impediam que o público leigo, não especializado, saboreasse a boa erudição bíblica. A parte que lhe cabia era ouvir longos sermões, que nem sempre atingiam o coração dos ouvintes, muito menos sua mente.

    A distinção entre clérigos e leigos, sem dúvida, contribuiu para o surgimento desse abismo entre a teologia e os não iniciados no saber teológico. O estudo sobre Deus e sua relação com o seu povo foi se tornando cada vez mais propriedade de uma elite intelectual.

      As Escrituras, no entanto, apontam outro caminho. O povo de Deus, e não apenas uma parcela desse povo (os mestres), é chamado de “sacerdócio real”. Esse povo deve anunciar “as grandezas daquele que o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9). Todos estão obrigados a cumprir a Grande Comissão: fazer discípulos para o Mestre, ensinando-os a obedecer todas as coisas que Ele ordenou (Mateus 28.19,20). Todos devem renovar a mente, para experimentar a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2). Todos devem estar preparados para “responder a todo aquele que pedir a razão da esperança” que há neles (1 Pedro 3.15). Todos são instados a crescer não apenas na “graça”, mas também “no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 3.18).

     A retomada do ensino bíblico do sacerdócio de todos os crentes, no entanto, não significa que Deus não tenha capacitado especialmente alguns para exercer dons na igreja. O apóstolo Paulo afirma que Deus “designou uns como apóstolos, outros como profetas, e outros como evangelistas, e ainda outros como pastores e mestres” (Efésios 4.11). Esses especialmente capacitados, porém, não deviam guardar para si o depósito do conteúdo da fé. Eles tinham uma missão a cumprir.

publicado por homota às 02:09