Continuação do post anterior.

     Em alguns trechos bíblicos, todas as três Pessoas da Deidade são mencionadas. Por ocasião do batismo do Filho, o Pai falou do céu e o Espírito Santo desceu sob a forma de pomba. Veja em Mateus 3.16,17: “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre Ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” - RA. Por ocasião da Grande Comissão, Jesus referiu a três Pessoas. Veja em Mateus 28.19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” - RA. As três Pessoas também aparecem, uma ao lado da outra, nas passagens seguintes: 1 Coríntios 12.4-6: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” - RA; 2 Coríntios 13.14: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” - RA; e 1 Pedro 1.2: eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.” - RA. Se partirmos desses exemplos, extraídos das Escrituras, poderemos obter boa abundância de provas bíblicas em prol da doutrina da Trindade.

 

     Então, quais são as dificuldades existentes nessa doutrina?

     Por que o ensino da Trindade é tão difícil de entender? É que na experiência humana nada existe que possa ser comparado com a idéia de trindade na unidade e de unidade na Trindade. Sabemos que não existem três pessoas humanas que sejam estruturalmente uma só pessoa. Também não existem três pessoas que tenham completo conhecimento daquilo que os outros estejam fazendo e pensando. Cada pessoa cerca-se com uma barreira de privacidade. Nenhum ser humano tem essa distinção de ser três em um, conforme se afirma acerca de Deus. As pessoas simplesmente não podem compreender o ensino concernente à Trindade, com base em seu conhecimento e experiência humana.

 

     Como podemos resolver essas dificuldades? O problema básico na tentativa de explicar a Trindade jaz na relação das pessoas da Deidade para com a Essência Divina e de uma para com a outra. Esse é um problema que a Igreja não é capaz de remover. A Igreja pode somente tentar reduzir o problema mediante uma apropriada definição de termos. Embora a Igreja não tenha tentado explicar o ministério da Trindade, tem tentado formular uma doutrina bíblica sobre esse ministério, principalmente para desencorajar erros que têm ameaçado a própria vida da Igreja. Comparando as Escrituras, podemos perceber a doutrina da Trindade até onde Deus a tem revelado em Sua Palavra, mesmo que não a possamos compreender plenamente.

 

     Em nossa existência finita (limitada), jamais poderíamos compreender plenamente o que é infinito (aquilo que não tem limite). Paulo descreve essa limitação do homem em sua primeira epístola aos Coríntios. Veja 1 Coríntios 13.12: “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” - RA.

 

     A Bíblia ensina que na essência divina existem três pessoas. Cada uma das três pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo - têm propriedades distintas, descritas por títulos, pronomes, qualidades e atividades que se aplicam a pessoas distintas. O Antigo Testamento nunca se refere a alguma pluralidade de pessoas na Deidade – ali se fala somente sobre Deus Yahweh. O Novo Testamento revela mais claramente a Trindade do que o Antigo Testamento. O Novo Testamento confere-nos base bíblica suficiente para formularmos a doutrina da Trindade. O principal problema que nos impede de entender a tri-personalidade de Deus é que nada existe, na experiência humana, que se possa comparar com essa distinção do Ser divino de existir três em um.

 

     Um cuidadoso estudo da Palavra de Deus revela muito sobre a tri-personalidade de Deus. O estudo dessa doutrina, acompanhado de oração, capacita-nos a entender melhor a auto revelação de Deus, mesmo que essa revelação seja apenas parcial. E isso também ajuda-nos a apreciar mais plenamente a natureza de Deus e os meios que Ele nos têm provido para nos aproximarmos dEle em amor, adoração e dedicação ao servi-lO.

Continua no próximo post.

publicado por homota às 16:37